Sabia que o filme “Tarzan and His Mate” (“A Companheira de Tarzan”, no Brasil) causou bastante controvérsia e foi até censurado por ter sido considerado muito “sexualizado” para a época?
A Companheira de Tarzan e a polêmica desde seu lançamento
Tarzan and His Mate foi lançado em 1934 e foi o segundo filme a contar com a presença do personagem criado por Edgar Rice Burroughs. A obra também foi estrelada pelo Tarzan e pela Jane clássicos, os atores Johnny Weissmuller e Maureen O’Sullivan. “Tarzan and His Mate” enfrentou problemas ainda durante a sua produção, com atrasos nas filmagens e trocas de diretores e atores, mas foi depois de seu lançamento que a obra se tornou o centro de uma enorme polêmica.

Primeiro, o vestido que Jane usa durante todo o filme foi considerado “audacioso” demais para a época. Além disso, Jane é constantemente tocada por Tarzan e, durante o decorrer do filme, ela dorme, nada e corre pela floresta sem roupa nenhuma. E, pior ainda, o casal dorme junto. Como o filme, em nenhum momento, deixa claro se Tarzan e Jane são casados, isso foi considerado um absurdo na época.

Mas o que mais causou polêmica quando o filme foi lançado e que fez com que ele fosse censurado (mas também garantiu sua fama até os dias atuais) foi a famosa cena do balé subaquático. Nessa cena, Jane nada completamente nua ao lado de Tarzan. A cena se desenrola por vários minutos e sempre com a personagem sem roupas. Na cena em questão, Jane foi interpretada pela nadadora profissional Josephine McKim que era a dublê de O’Sullivan nas cenas que envolviam natação.
De polêmico a clássico
Três versões da cena teriam sido gravadas na época, uma em que Jane aparecia nua, outra em que estava de topless e outra em que ela estava completamente vestida. Assim, os distribuidores poderiam escolher a que poderia ser exibida em seu território. Apesar disso, em abril de 1934, a Motion Picture Association of America (associação dos produtores e distribuidores de filmes dos Estados Unidos) ordenou que a cena fosse totalmente removida de todas as cópias do filme.

A obra continuaria sem essa cena até 1986, quando Ted Turner comprou a MGM e o direito sobre seus filmes. Turner encontrou a cena “perdida” em um dos cofres da MGM e ordenou que ela fosse reintegrada ao filme, que desde então, conta com essa cena em seu formato original. Em 2003, a obra foi escolhida para integrar o National Film Registry, seleção de filmes considerados culturalmente importantes e que são guardados e preservados pela Biblioteca do Congresso Americano.